SUBJETIVIDADE, LIDERANÇA E SAÚDE
Carine F. Almeida
Organizações e pessoas estão
engajadas ao ponto de que uma não sobrevive sem a outra. Assim, sabe-se ou ao
menos deveria se saber que um sujeito que chega a uma organização mesmo que não
possua a tão exigida experiência profissional, o mesmo sempre possuirá
conteúdos a agregar a empresa, pois este possui seus próprios conteúdos e
valores que constituirão a organização ao mesmo tempo em que será construído
por ela.
Nessa relação empresa e empregado
existe um sujeito que possui um dos principais papéis, a liderança.
Infelizmente hoje, podemos encontrar muitas organizações que possuem sujeitos
despreparados ocupando essa posição, mas não vamos nos deter a pensar como um
sujeito assim acabou ocupando um papel tão importante, sem conhecer seu
verdadeiro significado para exercê-lo devidamente.
Assim, o objetivo do artigo é
refletir sobre algumas qualidades fundamentais de um líder e as conseqüências
da falta destas para a saúde de toda uma equipe. Um ponto que gostaria de
chamar a atenção refere se a algo comum de se encontrar nas lideranças, a forma
como os sujeitos confundem ser líder com ser autoritário, pois um não tem nada
haver com o outro, ou seja, quando um existe o outro não existe.
Pisani (1999) propõe que em relações
grupais onde os lideres são democráticos, tomam decisões junto com o grupo,
levando em consideração o consentimento de todos, proporcionando um ambiente de
flexibilidade, troca de elogios, valorização do sujeito em sua subjetividade e como
membro do grupo de trabalho, os funcionários mostram maior motivação e
envolvimento com as tarefas. A qualidade das relações interpessoais e o
significado do trabalho na vida de cada sujeito mostram-se satisfatórios,
consequentemente a satisfação dos membros em fazer parte da organização também
é maior, assim como a qualidade da produção.
Quando uma liderança é bem exercida
podemos observá-la facilmente, pois ela não irá manter-se apenas em um sujeito,
mas percorrerá todos os membros de um grupo, dando oportunidade de todos
opinarem, darem idéias, ocorre troca de experiências e uma evolução grupal. Uma
qualidade que também considero fundamental para um líder, é possuir uma visão
ampla, ver o indivíduo no grupo, mas também em sua subjetividade, valorizando
mais suas qualidades a fim de amenizar seus defeitos no trabalho em equipe,
isso tudo é fundamental para a saúde de um trabalhador já que está envolvido
conteúdos de sua auto-estima, por exemplo, o que acaba por se refletir em todo
o grupo.
PISANI, E. M. Temas de Psicologia Social. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
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