LIDERANÇA E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Carlos Alexandre Cruz Bloedow
Para conduzir uma equipe, o líder deve conhecer o negócio e o mercado em que atua, mas também precisa de habilidades que propicie seu conhecimento interior e que possibilitem um melhor relacionamento com seus liderados.
De acordo com Goleman (1994 apud LACOMBE 2007 p. 218 e seg.), embora as qualidades tradicionalmente
associadas à liderança como obstinação, inteligência, determinação e visão
sejam necessárias, elas são insuficientes para o êxito. Líderes eficientes se
distinguem por um alto grau de inteligência emocional, que abrange
autoconhecimento, autocontrole, motivação, empatia e habilidade social, a
ausência dessas qualidades fará inevitavelmente que o líder fracasse
independente do treinamento que venha a fazer para aprimorar o conhecimento
técnico. Os conceitos fundamentais da Inteligência Emocional são:
Autoconsciência – A habilidade de
reconhecer e compreender seus humores, emoções e acionadores, bem como seus
efeitos nos outros. Envolve a compreensão clara de seus valores e objetivos, é
conhecer a si mesmo. Características: Autoconfiança, auto-avaliação realista,
senso de humor alto- depreciativo;
Autocontrole – Habilidade de controlar ou
redirecionar impulsos e humores perturbados, propensão a suspender o
julgamento, pensar antes de agir. Nos liberta de sermos prisioneiros de nossos
sentimentos, saber se controlar. Características: Fidedignidade e integridade, conforto
com ambigüidade, abertura a mudanças;
Motivação – Paixão pelo trabalho por
razões que vão além de dinheiro ou status, propensão a perseguir objetivos com
energia e persistência. Procuram obter êxito além de suas expectativas.
Características: Forte energia para atingir, otimismo mesmo diante do fracasso,
comprometimento organizacional;
Empatia – Habilidade de compreender a
composição emocional da outra pessoa e no tratamento das pessoas de acordo com
as suas relações emocionais. Considerar ponderadamente os sentimentos dos
outros no processo de tomar decisões inteligentes, ela é um componente cada vez
mais importante para os trabalhos em equipe e na retenção de talentos.
Características: Perícia em construir e reter talentos, sensibilidade multicultural,
serviço a clientes e compradores;
Habilidade social – Proficiência em
administrar relacionamentos e construir redes, habilidade em encontrar pontos
em comum e construir harmonia. Capacidade de mover as pessoas na direção
desejada. Características: Efetividade em liderar mudanças, persuasão, pericia
em construir e liderar equipes.
Já Hunter (2006) utilizou-se dos
conhecimentos que aprendeu com Goleman e com sua experiência, para desenvolver
um processo com o intuito de ajudar as pessoas a melhorarem suas habilidades de
liderança, baseados na inteligência emocional, seguindo três passos:
1. Fundamentos (determinação do padrão) –
É preciso aprender a identificar o padrão e a fixar os parâmetros, além de
dicas sobre a implementação do processo;
2. Feedback
(Identificação das deficiências) – Precisamos identificar as deficiências entre
os padrões fixados e o desempenho atual;
3. Atrito (eliminação das deficiências e
medição dos resultados) – É importante que as pessoas estejam convencidas que a
alta liderança está empenhada no processo e espera observar uma melhoria
contínua, sob forma de crescimento e mudança de comportamento.
Essas mudanças devem ser praticadas
diariamente até que o novo comportamento (habilidade) se torne inconsciente.
Segundo Stadler, Schmidt e Rodermel
(2011), muitos profissionais deixam num segundo plano questões como o
autoconhecimento e o desenvolvimento pessoas, em relação ao conhecimento
técnico. Pode-se observar, na prática, que aqueles indivíduos, que entendem o
fato de a compreensão do outro se dar a partir da compreensão de si mesmo,
constroem uma relação interpessoal de melhor qualidade, para o conhecimento da
dinâmica de grupo e, para a tomada de decisão mais consistente, conseguem
melhores resultados de suas equipes.
Claro que as competências técnicas não
devem ser deixadas de lado, pois a liderança para ser eficiente necessita
entender tanto das tarefas que lhes são atribuídas quanto das pessoas que irão
executá-las.
GOLEMAN, Daniel.
What makes a leader? Harvard Business Review. Jan.2004, p. 82 e seg.
HUNTER, James C. Como se tornar um líder servidor. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.
STADLER, Adriano; SCHMIDT,
Maria do Carmo; RODERMEL, Pedro Monir. Desenvolvimento
Gerencial: estratégia e competitividade. 3. v. Curitiba: IBIPEX,
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