NOVAS TENDÊNCIAS DE LIDERANÇA
Carlos Alexandre Cruz Bloedow
Sempre que pensamos em implementar novas estratégias, processos, inovações e realizar mudanças estruturais em uma organização, um dos primeiros passos é identificar quem conduzirá o grupo na busca pelos objetivos então traçados, é nessa hora que uma liderança eficiente demonstra seu valor.
Conforme Robbins (2006); Lacombe (2007), os estilos de liderança
contemporâneos apresentam a Liderança Carismática, na qual o Líder exerce uma
forte influência entre seus comandados, sendo um exímio comunicador, o que
torna mais eficiente a tarefa de transmitir sua visão aos demais. E a liderança
Transformacional, que também é abordada por Selman (2009), na qual a liderança
busca desenvolver plenamente o indivíduo e a equipe de tal forma que transcende
a simples troca do trabalho pela remuneração, que é característico dos estilos
transacionais.
Liderança Carismática
De acordo com Conger e Kanungo (1988, apud ROBBINS 2006 p. 282), a teoria da liderança carismática diz que os
seguidores do líder atribuem a ele capacidades heróicas ou extraordinárias de
liderança quando observam determinados comportamentos.
As
cinco características-chave dos líderes carismáticos são: visão e articulação;
risco pessoal; sensibilidade ao ambiente; sensibilidade para as necessidades
dos liderados; comportamentos não convencionais.
Segundo Robbins (2006 p 282):
Ele começa com o líder articulando
uma visão atraente. Essa visão oferece um sentido de continuidade para os
liderados ao vincular o presente a um futuro melhor para a organização. O
líder, então, comunica suas expectativas de alto desempenho e expressa a
confiança de que seus liderados vão conseguir alcançá-las. Isso desperta a
auto-estima e a autoconfiança dos liderados. Em seguida, o líder comunica,
através de palavras e ações, um novo sistema de valores, oferecendo um exemplo
de comportamento a ser seguido pelos liderados. Finalmente, o líder carismático
se submete ao auto sacrifício e se engaja em comportamentos não-convencionais
para demonstrar coragem e convicção em relação a sua visão.
O autor ressalta que esse estilo de
liderança é mais apropriado nos ramos políticos, religiosos e militares. Ele
ainda coloca que um líder dotado de um ego exagerado, pode ser muito
prejudicial para a organização, chegando ao ponto de, às vezes, este querer transformá-la
em “sua própria imagem”, confundindo seus interesses pessoais com os da
empresa.
Para Caravantes, Panno e Kloeckner
(2005), existem duas concepções sobre esse estilo. Em uma, o líder articula uma
visão, irradia autoconfiança, comunica expectativas elevadas e expressam
confiança ao grupo. Na outra, os seguidores tendem a atribuir carisma aos
líderes baseados no sucesso deles. O autor acredita que, no futuro, a liderança
carismática pode tornar-se mais popular.
Já Faccioli (2008) descreve que a ligação
entre líder e liderados no processo carismático é carregada pelo conteúdo moral
da missão, fruto de determinada crença que conduz os liderados à participação
tendo, exclusivamente, como recompensa, a realização da missão ou a tentativa
de realizá-la.
Líderes carismáticos têm muita capacidade
para persuadir o grupo. Normalmente são grandes comunicadores, mas têm como
pontos fracos a dificuldade de desenvolverem sucessores e, o risco de serem
endeusados, fazendo com que seus erros não sejam percebidos pelos demais.
Liderança transformacional
Para Robbins (2006), os líderes
transformacionais são aqueles que inspiram seus seguidores a transcenderem seus
próprios interesses para o bem da organização e são capazes de causar um efeito
profundo e extraordinário em seus comandados. Isso acontece porque eles prestam
atenção às preocupações e às necessidades de desenvolvimento de cada um de seus
liderados, além de mudarem a forma com que eles veem as situações. Assim, os
colaboradores são estimulados a pensarem nos velhos problemas de uma nova
forma.
Essas lideranças são capazes de
entusiasmar, incitar e inspirar as pessoas a se doarem ao máximo na busca dos
objetivos do grupo.
Segundo Caravantes, Panno e Kloeckner
(2005, p. 524):
Os elementos-chave da liderança
transformacional parecem estar desenvolvendo uma ampla compreensão do ambiente
da organização, entendendo o lugar da organização nesse ambiente, dando a
necessária à apropriada gestão estratégica, desenvolvendo os recursos humanos e
antecipando em vez de reagir à necessidade de mudança e desenvolvimento.
Segundo Bass e Avolio (apud ROBBINS 2006 p. 286), “Em resumo, as evidências, de maneira geral,
indicam que a liderança transformacional está mais fortemente correlacionada
com índices mais baixos de rotatividade, maior produtividade e maior satisfação
dos funcionários”.
Já Dubrin (2006) chama a atenção para um
cuidado muito importante que os líderes devem tomar antes de promoverem grandes
modificações no ambiente de trabalho: é certificarem-se da sua real
necessidade, pois em alguns casos, pequenas modificações nos processos, simples
fato de ouvir os funcionários ou qualquer outro ato simples que as lideranças
alterem pode ser suficiente para que a organização tome o rumo certo.
O ganho que esse estilo de liderança
propicia para todas as partes envolvidas é um diferencial em relação aos demais
estilos, mas existem dificuldades para sua total aplicabilidade, pois como há a
necessidade do tratamento pessoa a pessoa, equipes com número elevado de participantes
acabam tornando inviável a sua utilização.
O grau de maturidade e instrução dos
envolvidos é devido a dois aspectos: quando as mudanças são necessárias, sejam
de valores ou procedimentos; e a necessidade de cada indivíduo portar-se como
um aprendiz de líder, para dessa forma, contribuir dia a dia com as questões
que envolvem a organização.
Referencias Bibliográficas
[1]CONGER, J.A. e KANUNGO, R.N. e associados. Charismatic
Learedship. São Francisco: Jossey-Bass, 1988, p.79.
[2] BASS,B.,M.; AVOLIO, B.,J.. Developing
Transformational Leadership. Leadership Quarterly, outono 1996, p.385-425.
CARAVANTES, Geraldo R; PANNO, Cláuida C.;
KLOECKNER, Mônica C. Administração:
teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. disponível em
< http://ulbra.bvirtual.com.br/>
DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira
Thonson Learning, 2006.
FACCIOLI, Cintya. Teoria das Lideranças. Administradores.com, 2008. disponível em
</www.administradores.com.br/informe-se/artigos/teorias-de liderança >
LACOMBE, Francisco. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva,
2007.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional, 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.
SELMAN, Jim. Liderança. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
Parabéns pelo blog!
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