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sábado, 23 de março de 2013

NOVAS TENDÊNCIAS DE LIDERANÇA

NOVAS TENDÊNCIAS DE LIDERANÇA

Carlos Alexandre Cruz Bloedow

Sempre que pensamos em implementar novas estratégias, processos, inovações e realizar mudanças estruturais em uma organização, um dos primeiros passos é identificar quem conduzirá o grupo na busca pelos objetivos então traçados, é nessa hora que uma liderança eficiente demonstra seu valor. 
Conforme Robbins (2006); Lacombe (2007), os estilos de liderança contemporâneos apresentam a Liderança Carismática, na qual o Líder exerce uma forte influência entre seus comandados, sendo um exímio comunicador, o que torna mais eficiente a tarefa de transmitir sua visão aos demais. E a liderança Transformacional, que também é abordada por Selman (2009), na qual a liderança busca desenvolver plenamente o indivíduo e a equipe de tal forma que transcende a simples troca do trabalho pela remuneração, que é característico dos estilos transacionais.


Liderança Carismática

De acordo com Conger e Kanungo (1988, apud ROBBINS 2006 p. 282), a teoria da liderança carismática diz que os seguidores do líder atribuem a ele capacidades heróicas ou extraordinárias de liderança quando observam determinados comportamentos.
            As cinco características-chave dos líderes carismáticos são: visão e articulação; risco pessoal; sensibilidade ao ambiente; sensibilidade para as necessidades dos liderados; comportamentos não convencionais.
Segundo Robbins (2006 p 282):

Ele começa com o líder articulando uma visão atraente. Essa visão oferece um sentido de continuidade para os liderados ao vincular o presente a um futuro melhor para a organização. O líder, então, comunica suas expectativas de alto desempenho e expressa a confiança de que seus liderados vão conseguir alcançá-las. Isso desperta a auto-estima e a autoconfiança dos liderados. Em seguida, o líder comunica, através de palavras e ações, um novo sistema de valores, oferecendo um exemplo de comportamento a ser seguido pelos liderados. Finalmente, o líder carismático se submete ao auto sacrifício e se engaja em comportamentos não-convencionais para demonstrar coragem e convicção em relação a sua visão.

O autor ressalta que esse estilo de liderança é mais apropriado nos ramos políticos, religiosos e militares. Ele ainda coloca que um líder dotado de um ego exagerado, pode ser muito prejudicial para a organização, chegando ao ponto de, às vezes, este querer transformá-la em “sua própria imagem”, confundindo seus interesses pessoais com os da empresa.
Para Caravantes, Panno e Kloeckner (2005), existem duas concepções sobre esse estilo. Em uma, o líder articula uma visão, irradia autoconfiança, comunica expectativas elevadas e expressam confiança ao grupo. Na outra, os seguidores tendem a atribuir carisma aos líderes baseados no sucesso deles. O autor acredita que, no futuro, a liderança carismática pode tornar-se mais popular.
Já Faccioli (2008) descreve que a ligação entre líder e liderados no processo carismático é carregada pelo conteúdo moral da missão, fruto de determinada crença que conduz os liderados à participação tendo, exclusivamente, como recompensa, a realização da missão ou a tentativa de realizá-la.
Líderes carismáticos têm muita capacidade para persuadir o grupo. Normalmente são grandes comunicadores, mas têm como pontos fracos a dificuldade de desenvolverem sucessores e, o risco de serem endeusados, fazendo com que seus erros não sejam percebidos pelos demais.

Liderança transformacional

Para Robbins (2006), os líderes transformacionais são aqueles que inspiram seus seguidores a transcenderem seus próprios interesses para o bem da organização e são capazes de causar um efeito profundo e extraordinário em seus comandados. Isso acontece porque eles prestam atenção às preocupações e às necessidades de desenvolvimento de cada um de seus liderados, além de mudarem a forma com que eles veem as situações. Assim, os colaboradores são estimulados a pensarem nos velhos problemas de uma nova forma.
Essas lideranças são capazes de entusiasmar, incitar e inspirar as pessoas a se doarem ao máximo na busca dos objetivos do grupo.
Segundo Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 524):

Os elementos-chave da liderança transformacional parecem estar desenvolvendo uma ampla compreensão do ambiente da organização, entendendo o lugar da organização nesse ambiente, dando a necessária à apropriada gestão estratégica, desenvolvendo os recursos humanos e antecipando em vez de reagir à necessidade de mudança e desenvolvimento.

Segundo Bass e Avolio (apud ROBBINS 2006 p. 286), “Em resumo, as evidências, de maneira geral, indicam que a liderança transformacional está mais fortemente correlacionada com índices mais baixos de rotatividade, maior produtividade e maior satisfação dos funcionários”.
Já Dubrin (2006) chama a atenção para um cuidado muito importante que os líderes devem tomar antes de promoverem grandes modificações no ambiente de trabalho: é certificarem-se da sua real necessidade, pois em alguns casos, pequenas modificações nos processos, simples fato de ouvir os funcionários ou qualquer outro ato simples que as lideranças alterem pode ser suficiente para que a organização tome o rumo certo.
O ganho que esse estilo de liderança propicia para todas as partes envolvidas é um diferencial em relação aos demais estilos, mas existem dificuldades para sua total aplicabilidade, pois como há a necessidade do tratamento pessoa a pessoa, equipes com número elevado de participantes acabam tornando inviável a sua utilização.
O grau de maturidade e instrução dos envolvidos é devido a dois aspectos: quando as mudanças são necessárias, sejam de valores ou procedimentos; e a necessidade de cada indivíduo portar-se como um aprendiz de líder, para dessa forma, contribuir dia a dia com as questões que envolvem a organização.



Referencias Bibliográficas

[1]CONGER, J.A. e KANUNGO, R.N. e associados. Charismatic Learedship. São Francisco: Jossey-Bass, 1988, p.79.
[2] BASS,B.,M.; AVOLIO, B.,J.. Developing Transformational Leadership. Leadership Quarterly, outono 1996, p.385-425.
CARAVANTES, Geraldo R; PANNO, Cláuida C.; KLOECKNER, Mônica C. Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. disponível em < http://ulbra.bvirtual.com.br/
DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira Thonson Learning, 2006.
FACCIOLI, Cintya. Teoria das Lideranças. Administradores.com, 2008. disponível em </www.administradores.com.br/informe-se/artigos/teorias-de liderança > 
LACOMBE, Francisco. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2007.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional, 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
SELMAN, Jim. Liderança. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

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